Por: Ismênia Nunes
Resumo do Artigo do
Professor Fábio Betti Salgado publicado em 28/08/13 no blog:
Nós da
Comunicação.
Para que serve a
Comunicação quando todos são comunicadores?
Salgado fala da Comunicação
Interna e ressalta o que a ela pode fazer para ajudar a empresa a encontrar seu
próprio modelo ganha-ganha. Ele denomina esse modelo de competência de
"facilitação da inteligência coletiva" e diz ainda que o modelo está
baseado em três premissas:
-
Inteligência Coletiva,
-
Carência de diálogos,
-
Oportunidade para a Comunicação Interna.
Inteligência Coletiva -
Utilizando o ditado popular de que “duas cabeças pensam melhor do que uma”,
Salgado explica que o dito popular já foi objeto de estudo científico pelo
cientista Bahador Bahrami, da prestigiada Universidade College London, e
publicada na revista Science em 2010. O cientista descobriu, após vários testes
que a melhor solução de um problema era sempre fruto de uma discussão madura
entre os dois indivíduos. Sabedores da pesquisa utilizando o ditado, Salgado
nos trás uma reflexão e nos expõe o seguinte:
“imagine
o quão poderoso seria se todas as cabeças de uma empresa pensassem juntas
soluções para os grandes problemas que a afligem?”
Outra premissa, não menos
importante é a:
Carência de diálogos nas organizações. Essa premissa mostra a força da cultura matriarcal,
patriarcal se refletindo nas empresas. Ele mostra o quanto a organização vive
um sistema autoritário e antigo onde as resoluções vem de cima pra baixo. Não
existe um diálogo, uma troca de ideias entre colaboradores e empresa. As regras
são dadas e tem que ser seguidas. E é exatamente se referindo a essa carência
de diálogos, essa falta de troca de ideias entre os colaboradores, entre os
setores e a chefia que Salgado faz uma observação apontando a falta de diálogo
na organização:
“diálogos
abertos onde às pessoas sintam-se à vontade para falar o que pensam e com a
mente e o coração abertos para ouvir opiniões diferentes das suas.”
Isto pode trazer uma grande
transformação positiva para a empresa. Mas para que isto aconteça a organização
também precisa estar aberta para diálogos.
A terceira e última premissa
que Salgado coloca é a:
Oportunidade para Comunicação Interna - E Salgado reforça mais uma vez que:
“A
combinação das duas primeiras premissas resulta numa tremenda oportunidade:
alguém precisa facilitar o acesso a essa inteligência coletiva. As pessoas
precisam de ajuda para se reconectarem ao diálogo, essa capacidade instalada de
fábrica, como explica o biólogo e cientista Humberto Maturana, que fundamenta a
origem do humano na criação da linguagem como coordenações de condutas
consensuais de ações, emoções e sentires íntimos e base para a sobrevivência e
evolução de nossa espécie.”
E quem teria que facilitar
essa comunicação? Isso vem de cima claro. O primeiro passo precisa também vir
de cima para que haja incentivo desta participação. Se uma empresa sempre agiu
de forma vertical, se ela nunca ouviu seus colaboradores, se nunca ouve
diálogos entre a direção e os empregados talvez seja a hora de repensar numa
mudança de parâmetros.
Salgado denomina de
Comunicação de caixa alta e
comunicação de caixa baixa. E
distingue ambas as comunicações dizendo que: “Comunicação de caixa alta é
o nome de um departamento ou função dentro de uma organização. Já a comunicação
de caixa baixa é uma competência humana,
parte inseparável de nossa origem e de nossa história como seres humanos -
portanto, não está restrita a nenhuma função e é inerente a todas as pessoas
que trabalham na organização.” E acrescenta que: “Aceitar essa distinção
nos permite dizer que existem experts
tanto em Comunicação quanto em comunicação.” Salgado ao se referir a estas duas
distinções dá um exemplo: “um gestor que
não seja formado em Comunicação, mas que, como líder de equipe, pratique a
comunicação em seu dia-a-dia, pode ser um expert
em comunicação, na medida em que bons comunicadores são formados na prática da
comunicação e não no estudo da Comunicação. Aliás, o pesquisador Henry
Mintzberg, da McGill University de Quebec, Canadá, revelou em "The Nature
of Managerial Work", livro de 1973 que se tornou um clássico em
Administração, que os líderes passam cerca de 78% de seu tempo em algum tipo de
conversa, do que se pode concluir que a natureza da liderança é o comunicar.”
As organizações precisam
oportunizar que os comunicadores vivam essa prática e que possam auxiliar, dialogar
e que venham a ser a voz da empresa. Muitos destes comunicadores acabam utilizando
a voz de comunicador nas Redes Sociais devido à falta de vez e de voz na
empresa. Mas com certeza se a empresa abrir esta oportunidade estes
colaboradores poderão por intermédio do diálogo entre as partes auxiliar ainda
mais no crescimento e desenvolvimento da empresa. Sua utilização e participação
será ainda maior e cada vez mais efetiva do que somente postar algumas ideias
soltas nas Redes Sociais. Muitas destas postagens nem chegam ao seu verdadeiro
destinatário; quando de outra maneira ela seria direcionada e trabalhada em
favor da empresa com benefício para todos os envolvidos.
Professor (a) ANDREA ALMEIDA DE MOURA ESTEVAO respondeu em
20/09/2013 11h47.
Comentário da postagem de ISMENIA DE SOUZA NUNES
Olá Ismênia,
Você pontuou e
resumiu o texto de Fabio Betti com extrema propriedade. Seus comentários também são pertinentes e
perspicazes!
Excelente
trabalho!
Atenciosamente,
Profa. Andréa
Estevão