Não é apenas prender, o objetivo é reeducar o
jovem e a família. A maioridade penal especial seria um instrumento de tirar
estes infratores das ruas e das vidas das pessoas de bem. Um sistema e uma lei especial precisam ser pensados.
Nesta sexta-feira, 19, o Jornal do Almoço
levantou a discussão sobre a maioridade penal. O jovem entrevistado confessa
que a primeira fez que tirou a vida de uma pessoa tinha apenas 11 anos e aos 19
acumula 9 mortes. Percebemos aí que a criminalidade não tem idade. Por este
motivo voltamos a discutir novamente o tema “Maioridade Penal”. Precisamos
esclarecer alguns pontos a respeito. Em primeiro lugar lembrar a existência do
ECA que prevê medidas socioeducativas. O ECA hoje esquecido é importante e deve
ser posto em prática, com certeza. Percebemos que crianças estão na
criminalidade e não somente jovens com 16 anos. Há quem discorde de que a
maioridade penal deva mudar. Mas temos que saber como ela deve mudar. Além de
raciocinarmos todas as circunstâncias que envolvem o menor infrator, como a
família, a educação, a falta de emprego e finalmente às drogas e o tráfico. A
maioridade é necessária, mas precisamos criar regras diferentes, criar uma lei
especial o menor infrator. Além é claro,
precisamos de um sistema educacional e prisional totalmente diferente do
existente. Para tanto, precisaremos de projetos e de uma mudança em toda
estrutura material e até mesmo de leis. Além é claro, de recursos para tal
investimento.
O Centro Educacional
São Lucas, até agora não saiu do papel. A promessa permanece apenas em planos,
em promessas não cumpridas. Pessoas da área da educação, segurança, sociólogos,
psicólogos precisam se reunir e trazer um tratado para resolver o problema.
Michel
Temer declarou ser contra a maioridade penal. Segundo ele, menores de 16 anos
continuariam agindo da mesma forma na criminalidade e no tráfico, portanto não
seria interessante a maioridade penal aos 16 anos já que os demais
permaneceriam no crime. Concordo com Temer, a maioridade penal é algo ainda
mais sério do que imaginamos. Precisamos pensar por que o ECA não funciona.
Reativar sim o ECA, recoloca-lo em prática, melhorá-lo. Mas será que somente o
ECA resolveria o problema da criminalidade entre estes jovens? Não. Temos certeza
que somente o ECA não é suficiente. Precisamos de um sistema que possa prevenir
e resolver os casos existentes. Tirar a criança e o jovem das ruas e da mira
dos traficantes. Acabar com o tráfico. Precisamos de educação e de um
atendimento estendido a família. Podemos sim falar da maioridade penal, não aos
16, mas aos 13 anos. Essa idade penal não seria a que conhecemos hoje e o
sistema educacional e prisional teria uma nova cara, seria mais social,
educativo e preventivo. Mas não podemos fechar os olhos para a realidade que
vivemos. O nome que vamos dar a estes locais, pouco importa, o importante é
saber que adultos não podem estar junto aos de menor idade, mesmo que a lei o
considerasse maior. As prisões e mesmo os centros educacionais precisam ser um
local de recuperação, não uma escola para o crime. A maioridade penal aos 13
anos é necessária para os menores que cometem crimes como homicídio, tráfico,
estupro. Eles não podem e não devem ficar junto aos adultos, a separação e a
reeducação, o acompanhamento à família é de suma importância. O jovem precisa
estar cercado de profissionais que o direcionem novamente a uma vida correta.
Não é apenas prender, o objetivo é reeducar o jovem e a família. A maioridade
penal especial seria um instrumento de tirar estes infratores das ruas e das
vidas das pessoas de bem. Um sistema e
uma lei especial precisam ser pensados. A criminalidade na fase jovem é uma
realidade que não podemos mais deixar de ver e nem mesmo de tomarmos uma
providência.
Por:
Ismênia Nunes
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