quarta-feira, 14 de março de 2012

Giba lota auditório da Faculdade Estácio de Sá

Google Imagens - Giba Seleção de Volei Brasileiro


Por: Ismênia Nunes

O jogador de vôlei Giba esteve na Faculdade Estácio de Sá na noite de 3ª. feira, dia 13 de março e lotou o auditório da Faculdade em São José. Num bate papo descontraído e alegre ele falou um pouco de sua vida, da infância, e é claro do voleibol.
Em dezoito anos de seleção brasileira de vôlei nosso atleta não esqueceu a infância e nos relatou que havia sofrido de leucemia desde os seis meses; e que somente aos cinco finalizou o tratamento que  tinha sido tratado com diagnóstico de anemia.

Quando questionado com relação a seus incentivadores, ele nos conta que começou a gostar de vôlei assistindo a jogos da seleção brasileira de voleibol da época, e que tinha grande admiração por Renan e Willian. Alunos da Faculdade questionaram se houve algum acontecimento importante em sua vida que pudesse deixar sua carreira por um fio. Giba confessa que aos doze anos teve uma queda de uma árvore. Era 1988, ele estava começando a jogar, naquela época já participava de estaduais. “Temi não conseguir voltar a jogar.” Mas ressalta que seria mais pesado, mais difícil se já tivesse iniciado a carreira profissionalmente. O acidente lhe deixou um ano e meio afastado, fazendo fisioterapia, parado se recuperando. Na carreira, foram ao todo duas cirurgias.
Ele nos fala da satisfação de ver as crianças se espelhando nele, de ser um exemplo de superação para elas. Em 1993 morou em Curitiba, depois, seguiu para Itália onde ficou por seis anos e posteriormente para Moscou mais dois anos. As culturas estrangeiras faziam parte do cotidiano de nosso herói. Ele nos colocou da cultura de esporte Americano, Sul Americano, Europa Central e ainda da escola Russa. Cada uma tem a sua cultura, muita integração; falou do aprendizado que teve com cada uma.

Giba disse que há uma grande necessidade do profissional de marketing, embora nem todos países identifiquem essa necessidade, e por não haver essa identificação se usufrui mal. Ele diz ter sentido essa carência quando percebeu que sua carreira ia crescendo, que os compromissos também iam aumentando e não conseguia mais administrar sozinho, precisava de um profissional. O jogador alega não haver profissional suficientemente preparado no Brasil para atuar no marketing específico de atletas.

Nosso protagonista, fala a respeito do vôlei ser o segundo esporte mais importante do país só perdendo para o futebol. O fato de não ter a mesma visão, o mesmo interesse dos brasileiros. Faz com que o vôlei tenha menos visão mercadológica. Consequentemente terá menos organização e carência de patrocínio. Mas isso vem mudando consideravelmente nos últimos anos, diz Giba. Quando um clube tem muito dinheiro, também tem mais espaço na mídia, mais retorno, mais investimento, mais prestígio. Hoje felizmente o vôlei cresceu, apareceu mais, e já tem bem mais patrocínios do que em tempos atrás. Vinte por cento dos brasileiros, segundo o jogador, tem TV por assinatura, o que acaba sendo uma vitrine para a população. Ele acredita que se a população tivesse mais acesso a este meio, os patrocinadores procurariam muito mais atletas do vôlei.

Questionado se todos os clubes têm nutricionistas, ele nos informa que ainda não é uma obrigatoriedade em todos os clubes. Mas a seleção tem nutricionista há 14 anos e Giba procura cuidar da saúde e ouvir os profissionais desta área. Ele nos diz que isto ajudou-o muito, aliás além do nutricionista nosso atleta procura seguir as orientações de outro profissional, o fisioterapeuta.

Dos alunos que estavam no auditório da Faculdade 90% da platéia era do curso de Nutrição. Duas coisas são imprescindíveis para um atleta: a alimentação e o sono, isto é tudo. Os hipercalóricos fazem parte da dieta de Giba. Falou da importância de estar atento para o uso correto dos suplementos. Mas diz comer de tudo, não tem um segredo, uma formula mágica.
Com relação à fisioterapia, hoje é muito mais preventiva do que a tempos atrás. Giba estava em uma fase muito ativa e realizou onze jogos em quatorze dias e seis semanas, e com esse esforço teve uma involução, sentiu dor como se tivesse quebrado o membro. Foi aí que ele precisou fazer uma intervenção cirúrgica. O dano foi na haste intramedular, a haste do titânio, dentro do osso. A cirurgia funcionou como um dissipador de carga. Ontem completou quatro semanas de cirurgia e agora vai recomeçar à musculação. O prazo para estar em perfeito estado ainda é difícil definir, mas o importante é que estará totalmente recuperado para as próximas competições.

Giba confia completamente nos profissionais que o acompanham (equipe médica) que já o acompanha há doze anos. E nos ilustra uma situação bem inusitada. Quando estava em Moscou e teve um problema de saúde que poderia afetar sua carreira, nosso jogador fez um tratado, que ele pudesse antes consultar os seus médicos brasileiros. Giba pegou a ponte aérea Moscou Rio, Rio Moscou. Falou-nos também da necessidade de disciplina e foco. Disse que o foco na carreira é uma escolha de vida. “Escolhi ser um atleta e sabia o risco que estava correndo. Para isto preciso ser certinho em muitas coisas para ser o que queria ser”.

Nosso atleta foi questionado sobre a questão dos costumes alimentares em diferentes países. A Itália, por exemplo, todos têm que chegar para o almoço, ou ninguém come. A dieta não é muito diferente: Carne, massa, salada e de sobremesa, uma fruta. Eles não comem correndo, tem espaços grandes para refeições. Na Rússia é a mesma coisa. Só que os italianos, contam histórias. Os Russos comem e terminam. Nosso jogador diz que os estudantes brasileiros de nutrição precisam estudar os costumes alimentares de outros países.
Para que se possa atender um atleta é necessário conhecer a individualidade, o biótipo, os costumes de cada indivíduo para que se possa indicar à cada um, um programa de alimentação ideal e direcionado. Sabendo destas diferenças alimentares, dos costumes de cada país pode-se chegar a um denominador comum, no que se deve recomendar para cada pessoa em cada situação. Uns engordam mais, outros emagrecem. Trabalhar cada individualidade em separado, estabelecer um programa específico e direcionado para cada um verificando os resultados e os diferenciais, peso, gordura.

Agora sua principal meta é jogar nas próximas olimpíadas. Londres, não chega; seu foco é até 2016 e depois quer parar. O jogador Giba diz que não acha correto tirar o lugar de um jogador jovem, preparado para o momento. Pretende ficar dentro do esporte, ainda não se questionou a respeito do que faria na área exatamente, mas não pretende ser técnico. Questionado sobre a infraestrutura para as olimpíadas de 2016, o jogador não quis se pronunciar. Diz não ter como responder. Mas, que, aliás, na Rússia os jogos acontecerão em 2018, e 50% dos estádios já estão prontos.