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| Rosalind Franklin morreu em 1958 sem reconhecimento pelo seu trabalho | 
Cientista é considerada uma das mulheres mais injustiçada da ciência
Rosalind Franklin foi uma biofísica britânica.
Pioneira da biologia molecular que, empregando a técnica da difração dos raios-X, concluiu que o DNA tinha forma helicoidal. 
A vida da biofísica britânica Rosalind Franklin
 foi repleta de controvérsias. Ela foi responsável por parte das 
pesquisas e descobertas que levaram à compreensão da estrutura do ácido 
desoxirribonucleico (DNA, na sigla em inglês). Essa história, porém, é 
um conto de competição e intriga, descrito de uma maneira por James 
Watson e Francis Crick - que elaboraram o modelo da dupla hélice para a 
molécula de DNA - e outra por quem defende Franklin como pioneira 
injustiçada na biologia molecular. James Watson, Francis Crick e Maurice
 Wilkins receberam um prêmio Nobel por seus estudos em 1962: quatro anos
 após a morte de Rosalind Franklin, aos 37 anos, vítima de câncer de 
ovário. Sua contribuição não foi reconhecida na época.
 Nascida em 25 de julho de 1920, Franklin se destacou nas aulas de 
ciência desde criança, e estudou em uma das poucas escolas para garotas 
em Londres que ensinavam física e química naquela época. Aos 15 anos, 
ela decidiu se tornar cientista. Seu pai era contra o ensino superior 
para mulheres, e queria que Rosalind prestasse serviço social. Ele, no 
entanto, cedeu, e em 1938 a jovem se matriculou no Newnham College, uma 
faculdade só para mulheres da Universidade de Cambridge, onde se formou 
em 1941. No ano seguinte, passou a trabalhar com pesquisa no Reino 
Unido, e promoveu pesquisas importantes sobre o carbono e microestrutura
 de grafite. Foi essa a base para seu doutorado, obtido em 1945.
Depois de sair de Cambridge, Rosalind Franklin passou 
três anos em Paris, onde pesquisou sobre técnicas de difração 
de raios-x. Em 1951, voltou à Inglaterra como pesquisadora no 
laboratório do físico John Randall no King's College de Londres. Foi lá 
que encontrou Maurice Wilkins. Eles lideravam por grupos de pesquisa e 
mantinham projetos paralelos, ambos sobre o DNA. Quando Randall passou 
a Rosalind a responsabilidade por seu projeto, ninguém trabalhava 
naquela pesquisa havia meses. Wilkins estava fora do laboratório naquela
 época, e quando voltou pensava que ela era apenas uma assistente 
técnica, não uma colega - e principal pesquisadora do assunto no 
laboratório.
As mulheres ainda era desvalorizadas na academia nos 
anos 1950. Apenas homens tinham permissão de utilizar os restaurantes da
 universidade, e havia diversos estabelecimentos voltados apenas para um
 sexo. Nesse contexto, o comportamento dos cientistas a respeito de Franklin não era surpreendente. Mesmo assim, chama 
atenção o desprezo apresentado por seus colegas de laboratório em cartas
 reveladas recentemente. Em correspondência com seus colegas em 
Cambridge (Crick e Watson), Wilkins chamava a jovem cientista de 
"bruxa".
Mesmo menosprezada, Rosalind persistiu em seu projeto de
 DNA. Entre 1951 e 1953, ela chegou muito perto de descobrir a estrutura
 do DNA. Crick e Watson, porém, publicaram a solução antes. Em 2010, foi
 comprovado que o pioneirismo dos cientistas foi, na verdade, baseado 
nos estudos de Franklin, a "mãe do DNA". A britânica fez os melhores 
registros da estrutura até então, usando técnicas de raios-x. Ela 
permaneceu nove meses com o material, porém não identificou as hélices 
que, hoje se sabe, formam a estrutura helicoidal do DNA: o modelo da 
dupla hélice, proposto por James Watson e Francis Crick em 1953. O 
trabalho de Rosalind jamais foi mencionado pelos autores do artigo, 
publicado na revista Nature. Rosalind Franklin morreu no anonimato.
Fonte: Terra 
 